quinta-feira, 28 de maio de 2009

Capítulo 3 - Sobre frio enquanto chove

Não diga mais nada...Não.
também não apague seu fogo
preciso dele pra aquecer meu coração.
talvez queira, talvez não queira
afinal, o que quer?

Sim, sou frio, mas faço questão de te aquecer.


Sai pela chuva, correndo com o casaco dela na mão.
É sim, é tudo questão de escolha.
Ele gosta, ele sacia a própria fome.
Pra que tanta audácia, a de tentar tirar de lá, colombina?

Me desculpe senhor.
Colocarei seu coração de volta no freezer enrolado num papel filme.
Até logo.

E sai pela chuva.
Não precisa guardar a chuva.
Não espero mais nada de mim
Menos ainda do próximo
É o ciúme doente que tenho de mim
A falta de vontade de me dividir
O egoísmo que molda meu caráter
O orgulho que sinto da minha loucura
Sim é a minha frieza... e quanto a ela não posso fazer nada
Sou frio, mas tenho certeza de que posso te aquecer

terça-feira, 26 de maio de 2009

Cadeado difícil, eu sei.
Não quero entender, talvez eu me perdesse no caminho.
Posso sentir sua mão gelada, aquecendo a minha
Posso esconder algumas palavras
Mas não posso esconder a ternura de te olhar dormir as...alguma hora a mais de atraso na minha vida.
Atrasaria novamente.
Pararia todos os relógios.
Abraços, inquietações e insanas mordidas
Não sei se gosto ou detesto gostar demais disso.
Mas leva um pedaço toda vez que vai
Dilacerado ou mutilado, joga tudo numa mala azul turquesa, e volta.
Só me traga você, mais nada.
Preciso me embriagar de ti.

Te espero enquanto brilharem.

domingo, 24 de maio de 2009

Eu volto
talvez não completo, inteiro, ao meio...
desfigurado... embrulhado num papel azul, cadeado difícil... aberto...
Entre em mim, deite onde quizer...
Não tente entender, só deite...
(posso ficar olhando enquanto adormece?)
(Posso sentir falta quando não está?)
Agora vou, prometo voltar. Não prometo cumprir
(Ah, eu volto, e sabes que volto, sabe que sempre vou voltar enquanto ainda quiser esperar)

e os lábios se separam, o frio aumenta, no céu ainda há estrelas.